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Rodriguinhos

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Férias 2020, na companhia da Pandemia!

Avatar do autor Rodriguinhos do Rodrigo, 31.08.20

Et voilá...cá chegamos, e agora sim sinto-me capaz de escrever sobre o quão felizes nestas férias...fui e fomos em família ( mãe, pai e 3 filhos de 12/9/6 anos)! As férias em  que cada espaço foi visitado de forma única, e acrescento MEMORÁVEL, tal  como os tempos que atravessamos!
Antes de mais informo que Férias em Familia é regimento militar, levantar muuuuuito cedinho para os dias renderem por 2 ou 3...e aproveitar tudo ao máximo! Claro que tivemos a nossa semana de praia (a vitamina D para os miúdos não pode faltar, ainda para mais este ano que coitados tiveram tanto tempo confinados!!!) já eu viro marroquino! Mas Férias com o nome FÉRIAS são estas escapadelas que se querem intensas e que  chega à noite tudo cansado do corpinho de tanto andar mas com uma energia cerebral renovada de tanto absorver...e como costumo dizer, de olhinhos lavados!
A aventura este ano começou bem no ínicio de Julho, naquela vaga de calor...onde nos refugiamos pela primeira vez na Mata Nacional do Buçaco (ou Bussaco, depende da tabuleta) e que excelente escape! - no meio de tanta copa de árvore rodeados de verde e fresquinho, locais verdadeiramente mágicos e quase sem ninguém...aliás até á hora de almoço vagueamos por lá sózinhos! Sózinhos vai ser uma palavra que serei obrigado a repetir e irão entender bem o porquê!
Depois seguimos para Coimbra, pela 3ª vez na vida dos filhotes, Coimbra (embora agora já achemos que se está a esgotar, é daquelas cidades que apetece sempre voltar, e pergunto-me, sabe-se lá porquê!!!) e desta vez atravessamos o jardim botânico e fomos ao museu do Seminário Maior que desconhecíamos, e que se tranformou numa supresa fantástica e recomendada, onde nas traseiras estavam a montar um daqueles baloiços miradouro "instagramáveis" e que nem nos guias aparecia - toca a sentar e a clicar - e uma vez mais, sózinhos, fomos os únicos a visitar o museu, enquanto percorríamos o jardim botânico vimos no máximo 5 pessoas e seguimos depois para a Baixa. Confesso que a quantidade de lojas fechadas davam um nó na garganta,e a falta de movimento na rua metia uma certa "impressão"...mas eram férias..e aquela calma até que estava a ser benéfica, e o à-vontade e verdadeiro distanciamento estava a ser natural o que nos descansava! Houve um episódio ainda em Coimbra, que já sabemos que vai ficar na memória de todos, entrar num hipermercado com um calor absolutamente abrasador e quando saímos de compras na mão uma tempestade brutal, sim, chuva torrencial com direito a relâmpagos e fortes trovões ( para quem se lembra foi aquele dia de julho que o centro foi inesperadamente surpreendido por uma chuva que começou ao ínicio da noite e durou toda a madrugada!)
No dia seguinte, partimos para a Batalha, e aqui meus caros, além de ser a primeira vez dos filhotes no Mosteiro, para mim foi uma visita que surreal. Fomos os primeirinhos a chegar, e sim, vimos o mosteiro todo sózinhos! - tenho fotos da minha família completamente só a vaguear por todo aquele gótico, mas o que jamais esquecerei tem a ver com o manuelino! -  no fim da visita é a vez das capelas imperfeitas, e confesso que foi indiscritível, abrirem-nos a porta por sermos os primeiros, eu entrar e um bando de pombas despertarem e voarem "tecto" acima! acreditem, foi uma imagem única, e que sei que dificilmente se repetirá quando tudo isto voltar ao normal!
Como as crianças pediram e tinham gostado da experiência de visitarem o Mosteiro "à vontade" lá fomos pela enésima vez ao Mosteiro de Alcobaça. Mas com a ideia fixa de que seria só a igreja...não valia a pena visitarmos tudo outra vez. Chegados lá, o fim da missa, era domingo e até alguma gente nos bancos, ficamos ali um pouco, a igreja esvaziou em tempo recorde, e o segurança, chega à nossa beira e pergunta que por ser domingo, portugueses e  famílias numerosas não pagavam, se não queriamos visitar... não foi tanto pela borla ( que snob) mas por ter visto que NINGUÉM estava na fila de entrada nem de bilheteira...e qui ça a sorte calhasse outra vez. E assim foi, Mosteiro de Alcobaça visitado só por nós... vingamo-nos e tiramos fotos sem ninguém na cozinha debaixo daquela chaminé imensa... andamos na sala do capítulo e refeitório a nosso bel prazer, e até registei para a posteridade o meu filhote mais pequeno dentro da fonte da cozinha que costuma jorrar água do rio Alcoa, mas que por medidas preventivas do Covid estava tudo seco! Então felizes e contentes rumámos a Leiria, e confesso, perdoem-me os Caliponenses, mas ficamos um pouco desiludidos! -talvez porque o castelo estava mesmo encerrado, porque as pessoas pareciam sizudas, eu sei que cada um de nós tem os seus dias (e as cidades não devem ser diferentes), avancemos porque já deu para perceber que Leiria naquele dia estava em dia NÃO! Seguimos para Fátima, sou católico, cristão e um devoto mariano, mas eu e Fátima há muito que não nos entendemos, mas isso são outras histórias minhas, mas como calhava 12 para 13, e eu imperdoavelmente nunca tinha assitido na vida a um único dia 13 em Fátima,  achei interessante levar os meninos a ver uma celebração que se esperava, tal como foi, com muito menos afluência, sem apertos e confusões, mas com muito calor!!! Ainda sobre as celebrações, pela primeira vez na vida recitei o terço na capelinha das aparições, mais um apontamento para mais tarde recordar, eu ali, pequenino a dois passos da imagem de José Ferreira Thedim no ano do seu centenário! ( mas essa experiencia, de tão intensa que foi, fica para outra publicação!)
Também fomos a Barcelos, em dia de feira claro, beber do ínicio do Minho que cá em casa toda a gente gosta, e foi calcorrear a cidade (que é como se conhece verdadeiramente qualquer lugar!) o museu da olaria, foi saber mais e mais do figurado de barcelos, foi a honra de visitar a Júlia Côta, e a surpresa maior destas férias... que revelarei só em privado, um mosteiro perdido naquelas zonas... enorme, com uma recuperação admirável onde nos perdemos toda uma tarde! 
 Deu-nos então a ideia de completar um quadrado no mapa Porto-Vila Real - Guarda-Aveiro e Porto, e assim foi:
Começamos por Vila Real, pena as igrejas estarem fechadas, e o quanto procurei para trazer uma peça em barro de bisalhães! - mas quanto mais para interior maior é o zelo das pessoas e o medo!!! Descemos para Salzedas e Tarouca, e uma vez mais completamente sós nas visitas guiadas que eram basicamente conversas com a guia, e confesso, havia tristeza pela falta de turismo, mas ao mesmo tempo uma sensação de exclusividade e segurança que nos fazia ver tudo com o nosso ritmo, seguiu-se a Senhora da Lapa, um cantinho completamente cinematográfico, e uma vez mais sózinhos!- nem uma loja de lembranças aberta, só mesmo a da igreja. Almoçamos ali no gigantesco parque de merendas sós... e foi Trancoso e a tão aguardada GUARDA, ver a Sé, daquela dimensão sem uma única pessoa além de nós foi arrepiante...subir ao telhado e sentir-me no topo da catedral da cidade mais alta de Portugal foi único!!! ( já agora , "por fora" é sem dúvida para mim até agora a sé mais bela que vi!) Não se via gente na rua, o centro histórico vazio, lindo, mas vazio, medidas preventivas que há muito no Porto tinham sido relaxadas ( contar pessoas para entrar em centros comerciais por exemplo) e reparámos que quanto mais para o interior maior era o medo das pessoas, menos gente havia na rua e mais estabelecimentos fechados, e os que estavam abertos tinham estampado na cara de quem lá estava a ânsia de vender! Foi agridoce esse sentimento, porque se de uma forma tinhamos a sensação de ter  cidade só para nós, por outro sofria-se com a crise de cada um, e fizemos questão de o explicar aos filhos..e fomos curtos e grossos - esta gente come como nós, vive como nós, e estão desesperadas porque têm de continuar mas não há ninguém a comprar!!! 
Também realizei um sonho de criança, ir ás terras com o meu Nome - Rodrigo, e lá fomos para Castelo Rodrigo, uma viagem única de grandes planaltos que quase pareciam muralhas de natureza defronte a nós, a vista da vila é magnífica e a própria vila, é uma viagem no tempo... não havia ninguém nas ruas...tipo uma óbidos pequenina e pitoresca só para nós...lá estava o posto de turismo, com uma senhora que foi uma simpatia e nos mostrou a igreja de Rocamador ( nome curioso não?!) não vou esquecer o nome da padroeira de Castelo Rodrigo! Ainda na senda do nome Rodrigo, aventuramo-nos a ir a Ciudad Rodrigo , aqui na nossa vizinha, e foi um encanto mesmo, percebemos porque é das 10 aldeias históricas mais lindas de Espanha, aí já não estávamos sózinhos, havia muitos nuestros hermanos, mas as medidas lá eram bem mais apertadas - máscara obrigatória até  dentro das viaturas! -  Uma catedral belíssima com um pórtico que ficou na retina!
Seguiu-se Viseu, -  mas que cidade bonita nos saiu Viseu, como o turismo fez sobressair o melhor daquela cidade, encantadora, tivemos o privilégio de assistir sózinhos no coro alto da magestosa Sé de Viseu à missa de aniversário da consagração da catedral! O Museu Grão Vasco, e poder admirar aquelas obras todas, que ilustravam os Lusíadas nos livros de portugues por exemplo,  sem gente à frente, ter o S. Pedro ( o verdadeiro) de Grão Vasco ali á minha frente na sala sem ninguém, é algo que dificilmente esquecerei!!
E veio a volta ao Minho, que começou despreocupada com a simples curiosidade sobre a capela escondida da basílica dos congregados, e acabamos por andar nas ruas de Braga de lés a lés, entrar nas suas igrejas e monumentos,  visitar o santuário da Senhora do Alívio, completamente desconhecido por nós, e uma vez mais Ponte de Lima, o que eu gosto daquela cidadee nunca me enche de fazer uma paragem lá! Fomos apanhar nortada para Caminha, e claro tinhamos de passar na Princesa do Lima, a nossa Viana e as nossas Bolas do Natário!
E foi Galafura e o seu Miradouro de S. Leonardo, o "excesso de natureza" do Torga e para mim até hoje a mais bela paisagem que os meus olhos SENTIRAM!!! E uma voltinha a Amarante, sabe sempre bem lanchar em Amarante, sobre o Tâmega, e também fomos descobrir algumas coisinhas na terra do Avô, como o museu da Broa e a aldeia de Quintadona, uma aldeia de fantasia literalmente, toda em xisto onde exalta um extremo bom gosto na reabilitação arquitectónica nos dias de hoje!

Para o fim, porque ficou-me a mania desde que fiz o Caminho de Santiago que  2, 3 dias por ano no meio da natureza e de aventuras mais ó menos radicais, me carregam energias, e enquanto a manuela não ganha gosto por calhaus, e os pequenos não me acompanham, tenho tido sempre a enorme sorte de arranjar alguém tão "louco" como eu que me acompanha ou que me leva! E este ano, depois do ano sabático passado, o Zé e eu lá fomos, em busca de mais para ver no Gerês ( tivemos sorte de ir para o lado menos movimentado, uma vez que 3/4 de Portugal parecia que estava por lá. E foi Póvoa do Lanhoso, Santuário da Senhora da Abadia - um oásis solitário e carregado de beleza, S. Bento, barragens e barragens, a DURA prova da fenda da calcedónia, demos um pulinho a Lóbios, Pitões das Júnias, como não podia faltar, Montalegre ( ó cidade catita!!), Vilarinho de Negrões ( é mais bonita ao longe, fica a dica!) e finalmente depois de anos a aaperciá-la de cima com a família chegou a hora de atravessar a ponte do Diabo! Oh emoção! e terminar em Viana, no meio do monte de Santa Luzia em busca do mosteiro de S. Francisco lá abandonado, mas que a natureza se encarregou de decorar as ruinas de forma única!!!!  

E sempre nos intervalos destas aventuras foi o nosso Porto como sempre, e com tanto para descobrir, as pequenas pela primeira vez subiram à Torre dos Clérigos e não há palavras para descrever o priviligiados que somos em viver numa cidade que ano após ano dá para se perder um dia em encontros novos, novas antigas ruas...e o quanto ainda sabemos que temos para ver!
Não quero nunca deixar de aproveitar as férias desta maneira, sei que alguns podem achar chatas, mas acreditem cada bocadinho de cultura que lhes fica em tempo de lazer, é um investimento maior que as próprias férias!!!!
E estas ficarão certamente na nossa memória, pelo NOSSO PAÍS, pela NOSSA HISTÓRIA, pela NOSSA CULTURA, e ajudando no pouco que pudemos a contribuir para a economia local por onde passámos!! Mas fica e ficará a sensação, e resumo, de que tudo estava ali, como nunca, PARA NÓS!!! 
Férias? -Até para o ano! e sem covid, é o que desejamos todos!

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